Posso mostrar que existe vida após a deficiência', afirma Diogo Oliveira.Apesar de ter perdido a visão, ele não desistiu de nenhum sonho de vida.
Aos 14 anos, Diogo Oliveira da Silva perdeu a visão por causa de uma doença. Hoje, aos 31 anos, ele não consegue pensar em outra coisa a não ser seguir em frente. Formado em Gestão de Recursos Humanos com notas altas, Diogo agora se matriculou em Pedagogia e busca a sua independência com a ajuda de amigos, familiares e associações para cegos. Sua história já virou exemplo de vida para quem o conhece.
"Foi muito difícil porque vivemos em um mundo totalmente visual. A partir do momento em que você perde um dos sentidos, você fica perdido mesmo. Você quer pegar um ônibus na rua e não consegue. Depois você vai conhecendo outros deficientes, vai entrando em contato com associações. Graças a Deus meus pais ajudaram muito. A princípio, precisamos de ajuda. Depois conseguimos caminhar com os próprios pés", conta Diogo.
A falta de visão não o impediu de realizar nenhum de seus sonhos. Diogo também já foi aprovado em dois concursos públicos. Um deles despertou a vontade de ser professor – motivo pelo qual resolveu cursar pedagogia depois de ter se formado na primeira graduação com 8,5 como menor nota.
A coordenadora do curso de Gestão de Recursos Humanos, Patrícia Ignácio, entregou o certificado de conclusão pessoalmente a Diogo. "Ele sempre foi descrito pelos professores como atento, participativo, estudioso, responsável. Sempre se mostrou à disposição para qualquer tipo de atividade, nunca se recusou a fazer nenhum trabalho de equipe. Um aluno exemplar", afirma.
Atualmente, Diogo trabalha como agente administrativo em uma escola municipal do bairro de Santo Amaro, área central do Recife. Chega cedo, recebe alunos e professores no portão, conhece todos pela voz e é muito querido. Conseguiu adaptar todo o seu ambiente e executa todas as tarefas que precisa fazer sem o menor embaraço: colocou etiquetas em braille nos livros, pastas e gaveta para facilitar o trabalho.
No computador, usa um software específico para cegos e diz que a internet ajudou muito durante os seus estudos. Foi o segredo para a aprovação nos concursos. "A internet hoje é um recurso que uso muito mais que o braille. Até pela rapidez de acesso às informações", diz.
No computador, usa um software específico para cegos e diz que a internet ajudou muito durante os seus estudos. Foi o segredo para a aprovação nos concursos. "A internet hoje é um recurso que uso muito mais que o braille. Até pela rapidez de acesso às informações", diz.
Quando tem tempo livre, Diogo sempre participa das aulas dos alunos. Com as atividades em companhia dos pequenos, ele percebeu que a maior lição é a inclusão social. A professora Carmem Lemos gosta da presença dele na sala de aula e afirma que as crianças contam com a companhia de Diogo como um amigo. "As limitações físicas das pessoas não determinam o que você é, o que você pode ser. Você é o que você quer ser. E Diogo quer ser um colaborador. Para as crianças ele não tem essa diferença, elas não percebem. Como ele participa de todo o processo escolar, pra elas isso não apresenta dificuldade", diz.
"Eu não sei onde vou chegar mas acho que não parei, não. Estou ainda na luta. Fazendo isso, aproveitando a escola pra mostrar aos meus colegas deficientes que dá para conseguir. Dá pra ser feliz. Existe vida após a deficiência", conclui.
FONTE:G1PE
FONTE:G1PE
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